terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Que Venga el Toro

Quem já era gordinho na infância, ou mesmo depois, já deve ter se deparado com o Bullyng. Ainda mais no Brasil em que todos se acham íntimos de você 5 minutos depois de te conhecer.

Tudo começa com aquela brincadeirinha inocente e apelidos dos mais variados. Quanto mais irritado se fica com os apelidos e brincadeiras, mais intensas elas vão ficando.

Aí a coisa passa para um segundo estágio, em que começam a apertar seus pneuzinhos, fazer cuecões ou abaixar as suas calças em público. Obviamente isso só aplica à escola e crianças, pelo menos nunca vi ninguém abaixar as calças de um gordinho num local de trabalho. Aqui a coisa já partiu para a violência não só moral, mas física.

Dependendo da gravidade, a situação é levada para um terceiro estágio em que a vítima vê-se obrigada a deixar o local onde é assediada. Aí os danos foram os piores possíveis e insuportáveis para quem os sofreu.

Eu sempre me incomodei muito com o bullyng e quanto mais incomodado eu ficava, mais os garotos me azucrinavam. Até que certo dia eu me enfezei, peguei aquele que mais me incomodava e soquei-o no rosto até minha mão se cortar nos dentes dele. Conclusão, nem ele nem ninguém me incomodou mais. Não recomendo esta solução, afinal, eu tinha apenas 11 anos de idade e não parei para pensar nas consequências.

Já a minha princesa, a Mi, diz que nunca se incomodou com bullyng, pois, qualquer problema que surgisse era resolvido imediatamente, e na porrada. Conforme comentei, ela tem instinto de lutadora, então, descia a marreta na cara das meninas até que o sangue jorrasse.

Violência gera violência, e eu sou contra. Mas a ideia aqui é não levar desaforos para a casa.

Se alguém te ofende por causa da sua obesidade, não deixe barato, responda. Quando se deixa por isso mesmo é como se o ofensor marcasse o lombo do ofendido com ferro quente.

É aquela porrada que você vai assimilando continuamente, tal qual o Rocky Balboa na luta final. Só que quando a musiqueta toca o bicho pega, e aí o Rocky mostra porque é o Garanhão Italiano.

Você não precisa apanhar igual ao Rocky e ficar esperando a musiqueta para reagir. Nem que esta surra seja absolutamente moral. Alguém te incomodou, responda à altura na hora. Todos têm alguma característica física esquisita ou um traço de comportamento que incomoda. Basta encontrá-lo e combater fogo com fogo. Há pessoas que não concordam com isso, mas, que dá um alívio grande, ah, isso dá.

Contudo, se você é da paz você não vai responder. Só que ficar remoendo também não é bom para você. Você deve então se guiar por outras referências. Há vários gordinhos muito bem por aí e que não dão a mínima para sua condição e para os comentários sobre eles.

O filósofo Kant, por exemplo, via a estética, a questão "do Belo" como algo passageiro e subjetivo. A forma humana segue este critério, pois, se considerarmos o Século XVI, as bochechas cheias e rosadas e a barriga avantajada eram sinais de saúde e de beleza, a magreza um sinal de doença e os músculos avantajados um sinal de que o sujeito era trabalhador braçal, portanto, alguém rude, pobre e feio.

Mesmo atualmente temos Botero, por exemplo. Produz quadros brilhantes cujo o tema é a forma e a beleza dos gordinhos.

Portanto, quando você se olhar no espelho e se achar feio será notório que você não tem o físico do Rocky (claro que aquele das décadas de 70/80), mas lembre-se que você não tem também a cara amassada e inchada dele.

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