segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sobrevivendo ao Ócio.

Você conhece o Garfield?

Imagino que sim, por isso pergunto:
Por que será que ele come tanto?


Cada um tem sua opinião, eu acho que é porque ele é vadio. Explico. O que ele faz além de atasanar o cahorro e o seu dono? Come. E quando ele não faz uma coisa nem outra, com que ele se ocupa? Não se ocupa com nada porque ele é um vagabundo de marca maior.

Não que eu não goste dele, afinal, quase todos nós odiamos as segundas-feiras e apreciamos
uma boa lasanha. Inclusive, creio que temos muito mais em comum com ele do que pensamos.

O que você mais gosta de fazer quando está na sua poltrona vendo TV? Ou mesmo quando não há nada na TV de interessante e você está com preguiça de sair de casa, onde você vai?

Ou se você está de férias, sem a sua esposa te açoitando as costas para você arrumar as coisas quebradas em casa ou o seu marido pedindo comidas e outras coisas que tomam o teu tempo?

Se você respondeu "geladeira", "comida" ou "comer" a alguma das perguntas anteriores, parabéns, você entrou para o time do Garfield.

O ócio, ou a falta do que fazer, para ser mais claro, é uma grande armadilha para comermos desnecessariamente.  Já tratei do mesmo assunto com algumas perspectivas diferentes em outros tópicos, mas, a ideia central é:
- Fazer o que quando não se tem o que fazer?


Qual a diferença prática entre você pegar um saquinho de amendoins ou ler um livro quando você não tem o que fazer? Vai me dizer que você sempre sente fome justamente quando está relaxado, sem atividades? Seria muita coincidência.

Sou da opinião que criamos este comportamento, de lembrarmo-nos do buraco que ronca no estômago justamente quando não temos com o que mais nos ocupar. Criamos um comportamento sem motivos aparentes e não conseguimos nos desvencilhar dele.

Para se livrar desta "escravidão mental", eu, por exemplo, sigo alguns passos básicos:
1- Identificar se você age assim, ou seja, se quando você está coçando o saco você já puxa aquele pacote de amendoins de lado ou então abre uma latinha de cerveja;
2- Quando você se pegar indo por este caminho busque algo diferente. Eu, por exemplo, vou arrancar mato do jardim, conversar com a Mi (minha esposa), brincar com o Victor (meu filho) e assim por diante;
3- Fazer as refeições nos horários regulares. Qualquer que eles sejam, faça seus horários e mais importante, respeite-os.


No começo é difícil, parece até tortura. Depois a coisa evolui para um estado em que você já foge da armadilha na maioria dos casos, mas algumas vezes ainda sente aquela vontade incontrolável de praticar algum deslize. Finalmente se chega ao estado que você mudou o seu comportamento, portanto, nem passa mais pela sua cabeça desentocar aqueles amendoins.

Vá em frente e tente, é fácil, só que não é imediato... Assim como sobreviver a uma segunda-feira.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vontade Torta

Imagine que você vai fazer uma torta. Uma daquelas tortas salgadas de liquidificador, sabe? Daquelas que não tem como errar.

Se você se dispõe a isso, é porque  você tem vontade de comer a torta. Tudo se inicia com aquela vozinha no fundo da sua cabeça dizendo para você comer, lembrando do buraco que ronca no seu estômago.

Depois disso, você imagina o que te satisfaria. Você vai do brigadeiro de panela à torta salgada passando por salgadinhos, sanduíches, pizza e outras ideias. Talvez pela combinação peculiar de ingredientes que você pode juntar ao bel-prazer e dar o seu gosto personalizado à comida, você opta pela torta.

Aí você começa a cozinhar. Um pouco disso, um pouco daquilo, testa este, coloca aquele e sai a sua massa. A ela você junta o recheio que gosta e coloca para assar. Por mais que você se esforce para seguir a receita e cuide dos detalhes, eles são muitos, por isso o erro é iminente.

Assar então, uma arte. Tão ou mais importante que juntar os ingredientes é saber quando os ovos estão cozidos, a farinha hidratada e os demais ingretientes fritos ao azeite ou óleo. É um ponto muito delicado e tênue que separa o sucesso do fracasso ao assar a torta.

Finalmente ela está pronta. É hora de saciar aquela fome e assassinar a torta. Ao terminar, passando a mão no seu estômago, saciado ao extremo, você se pergunta:

- O que eu comi?

Eu arrisco responder que você comeu sua vontade.

O que isto significa? Que você tomou ações para concretizar uma ideia de matar sua vontade.

A grande questão para emagrecer, entendo que é justamente como dizer não à sua vontade.

Como fazer isso? Esta é uma fórmula muito complexa e muito individual, no entanto, fazemos isso diversas vezes e por diversos motivos. Afinal, deixamos de comentar para não magoar, deixamos de fazer para não errar, deixamos de mudar para sentir-nos mais seguros...

Dizemos não à nossa vontade, em suma, por almejar uma vontade maior. Não magoar alguém amado é mais importante que dizer algumas verdades, a vergonha de errar é maior que a vontade de fazer e assim por diante.

Para dizer não àquela torta, portanto, é preciso dizer sim para algo mais importante que ela.

- O que é esta coisa? - Você se pergunta.

Isso só você pode responder, mas tenho certeza que ela existe em cada um de nós.

Vamos por Partes

Imagine que você tem um bolo bem gostoso, inteirinho à sua frente. Sim, aquela tentação materializada com chocolate, creme, morangos ou qualquer outra coisa que seja um atentado de prazer ao palato. Esqueça a dieta, caso você esteja em uma e reflita sobre o que você faria com ele?

Primeiramente imagine comendo-o vorazmente. Você enfia o rosto ali e só tira no momento em que precisa respirar. Como consequência, o tal bolo é dilacerado e some em pouco tempo.

Agora imagine uma segunda situação, em que você come uma pequena fatia por dia do mesmo bolo. Na hora em que você está de bobeira no sofá ou quando a paranoia por doces te ataca, você vai lá no bolo mas se limita àquela pequena fatia.

Em qual situação parece haver mais bolo?

Agora esqueça o bolo por um instante e pense em outra coisa que nos causa tanta ou mais obcessão, o dinheiro.

Suponhamos que você receba salário apenas uma vez por mês e tenha que se virar com ele. Na primeira suposição você vai à forra, compra roupas novas, vai o mercado e compra tudo o que precisa de uma vez só, sai para fazer festas, ou seja, você torra tudo rápido. Já na segunda suposição, você vai analisar suas despesas e criar várias "contas" como alimentação, combustível, escolas das crianças, remédios, emergências, etc. Em cada uma você vai destinar um pouquinho de dinheiro e guardá-lo até que você necessite.

Pergunto novamente, em qual situação parece que você tem mais dinheiro?

O que acontece quando você provisiona aquilo que você tem disponível é que você automaticamente estende a duração da coisa. Quer mais um exemplo? É melhor uma "rapidinha" ou uma "demoradinha"?
Na verdade as duas modalidades são boas, mas o que dura mais, em geral é melhor.

Procurar levar esta filosofia às refeições ordinárias do dia e o efeito será semelhante. Eis alguns benefícios:
- Mantém comida no estômago por mais tempo, aumentando a saciedade;
- Reduz a absorção de nutrientes ajudando no emagrecimento. O corpo "aprende" que tem comida em intervalos regulares, assim, ele não se "preocupa" muito em reter os nutrientes;
- Evita que você "belisque". A alimentação fora de hora é um dos piores hábitos contra o emagrecimento.
- Reduz a ansiedade. Barriguinha cheia sempre, tranquilidade, não se pensa em comida.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Caindo n'Água.

Verão está aí e temos ainda um bom tempo com sol e calor. Gostaria de falar um pouco sobre um ótimo esporte, mais popular talvez no verão e que dá excelentes resultados no processo de emagrecimento, a natação.

Podemos destacar a natação como um esporte completo que trabalha praticamente todos os grupos musculares, ou seja, ajuda bastante na queima de gordura localizada, que é uma grande vilã para quem deseja emagrecer.

Além disso, como os movimentos são feitos na água, ela dá uma ajudinha mágica de te empurrar para cima, o tal do empuxo. Por isso, você não dá com os ossos no chão duro como numa corrida. A natação, portanto, não causa impactos nas articulações. Há, porém, uma preocupação com os ombros pois são muito solicitados em alguns estilos e mesmo sem o impacto propriamente dito, o esforço repetitivo pode levar a uma lesão.

Além do trabalho muscular que se faz em função da força que temos que fazer para vencer a água, a natação também é um ótimo exercício cardiorrespiratório, ou seja, ele demanda uma grande quantidade de oxigênio para dar energia aos músculos. Com isso, você respira mais e aproveita melhor o oxigênio e consequentemente faz seu coração bater mais para levar oxigênio mais rápido.

Veja seus principais benefícios:
 - Fortalecimento dos músculos envolvidos na respiração.
 - Fortalecimento e aumento do músculo cardíaco.
 - Tonificação da musculatura.
 - Diminuição da pressão arterial.
 - Elevação do número de células vermelhas do sangue.
 - Melhoria da circulação sanguínea.
 - Elevação das reservas de energia nos músculos, o que aumenta a resistência.
 - Aumento do fluxo sanguíneo nos músculos.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Exerc%C3%ADcio_aer%C3%B3bico

Os segredos para os exercícios cardiorrespiratórios são a intesidade moderada e a longa duração. Isto se faz necessário para que o organismo busque esta energia de que os músculos necessitam diretamente nas nossas reservas de gordura, portanto, nos ajude a emagrecer. Você pode ainda turbinar seu treino usando palmares e pés de pato que aumentam a resistência ao movimento na água, solicitando mais força e consequentemente consumindo mais energia.

Eu fazia três seções semanais de 1h 15m durante minha dieta (corrida, não natação). É muito, mas eu não cheguei neste tempo de um dia para o outro, fui aos poucos. É importantíssimo, quando estamos "malhando o coração" que aumentemos aos poucos. Assim fica a dica para que quem deseja começar procure um médico cardiologista para verificar a condição física atual e saber até onde se pode chegar.

Outros exercícios similares são a corrida, hidroginástica e o ciclismo. A corrida é a que mais emagrece, mas os impactos nas articulções são fortíssimos e a queima de gordura localizada pequena. O ciclismo é o que menos queima globalmente, no entanto, não tem impacto e queima uma grande quantidade de gordura localizada nas coxas (pelo menos para mim). Já a hidroginástica é bem similar à natação, ou seja, grande queima global e local com a vantagem de ser mais fácil de praticar, ou seja, não é necessária uma piscina grande ou uma técnica apurada.

Mais do que praticar um exercício pelos seus benefícios, sou da opinião que temos que praticar aquilo que nos agrada. Se você inventar de fazer algo que para você é chato, repetitivo e cansativo, a chance de você parar é grande, aí o trabalho todo foi por água abaixo.
Numa dieta tudo passa pelas escolhas e buscas de alternativas agradáveis para não tornar a coisa inviável.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Tiozinho Pé-de-Cana

O carnaval passou e agora vou tocar num assunto delicado para alguns, bebidas alcoólicas.

Quem acompanha o blog já deve ter visto a tabelinha abaixo:

1 grama de carboidrato: 4 calorias
1 grama de proteína: 4 calorias
1 grama de gordura: 9 calorias
1 grama de álcool: 7 calorias
Fonte: http://www.endocrinologia.com.br/html/entendendocalorias.htm

Eu a usei para falar da campeã, as gorduras. Agora vou falar da vice, que chega bem perto. Para chegar lá vou usar como exemplo um tiozinho hipotético. Imagine um simpático senhor de meia idade, bigodão  e aquela esfera abdominal brilhante que ele exibe com todo o orgulho. Quase todos temos um parente ou amigo assim.

Você fica até imaginando quanto tempo ele deve ter levado para chegar naquela linda e volumosa barriga, não deve ser fácil, ele deve ter se dedicado bastante ao longo dos anos.

Aí vocês começam a conversar sobre alimentação. Ele confessa que odeia doces, que o negócio dele são as comidas salgadas, carnes principalmente, mas ele bate também uns pratões de feijoada, rabada, dobradinha, e às vezes massas.

Mas o tiozinho diz que mantém seu peso estável e que está feliz como sua forma física. Não duvidaria, pois, suas piadas costumam ser muito boas e ele está sempre transpirando felicidade.

Uma dieta basicamente de proteínas não é propriamente calórica. Note que pela tabelinha as proteínas são o tipo de alimento que menos tem calorias por unidade de massa. O segredo do tiozinho manter sua barriga magnífica não é difícil de entender, o tiozinho enxuga tudo o que vê pela frente.

Veja as comparações de calorias:
1 lata de cerveja = 1,5 filets de frango
1 caipirinha = 3 latas de sardinha
1 dedo de uísque (dedo deitado, não de pé!) = 1 coxa de frango
1 cálice de vinho = 1 bife grelhado

Claro que quando se bebe, geralmente não é uma dose apenas, e é aí que o problema está. Quem tem o hábito de tomar 12 latinhas de cerveja numa noite, por exemplo, o que não é nada para muitas pessoas, está ingerindo o equivalente a 1kg de frango!

Bebidas alcoólicas são usadas em essência de forma bem similar às comidas em excesso, ou seja, se bebe pelos mesmos motivos que se come. Seja por tristeza, por alegria, angústia, para ficar relaxado, falar a verdade, chegar em algum(a) pretendente, para dormir ou por qualquer motivo ligado a um sentimento, qualquer que seja também.

Pense bem, não dá para lidar com os mesmos sentimentos conversando, brigando, fazendo exercícios, sexo ou qualquer outra coisa que não esteja ligada necessariamente a comer ou beber?

É fato que todos precisamos da nossa válvula de escape, ou seja, precisamos fazer aquela coisinha que sabemos que é errada muitas vezes para aliviarmos o stress que é tão comum na vida moderna. Mas será preciso comer como um porco ou tomar bebidas alcoólicas em excesso para isso?

A busca de alternativas é uma das melhores dicas possíveis. Fazer substituições do que é ruim por algo "não tão ruim" pode fazer a diferença entre a barriga de tiozinho e uma vida mais saudável.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Desculpas Esfarrapadas

Cansei de ser bonzinho e ficar só dando incentivos para quem quer emagrecer. Hoje vou colocar o dedo na ferida, ou nos pneuzinhos, como queira.

Elenquei aqui uma pequena lista de desculpinhas esfarrapadas que os gordinhos usam, e eu, como ex-gordinho, confesso que já usei bastante também...

- Não consigo emagrecer porque meu metabolismo é lento.
Resposta: Claro que é lento, você enfia o pé na jaca e o mais próximo de um exercício que você faz é abrir a latinha de cerveja... Comece a mesclar exercícios de força (como musculação) com exercícios cardio-respiratórios (como corrida) e troque a breja por água para ver se você não acelera o metabolismo e começa a secar!


- Tenho ossos grandes.
Resposta: E tem mesmo. Se não tivesse seria como fazer um prédio com vigas de bambu em vez de aço. Mas isso não é desculpa, pois, os ossos representam no máximo 15% do peso da pessoa, ou seja, quase nada, considerando que uma pessoa normal tem praticamente isso de gordura também. O peso está é no picolé, não no coitado do palitinho.


- Minha obesidade é de origem genética.
Resposta: A genética até contribui com algumas TENDÊNCIAS, mas, não é ela que te faz ser gordo ou não. Se você vê teus pais se entupindo de amendoins, cerveja e doces, é claro que você vai achar isso normal e provavelmente vai levar isso para sua própria vida. Para citar meu exemplo, meus pais são obesos até hoje, eu emagreci há dois anos e mantenho meu peso sem sacrifícios, portanto, isso não é desculpa.


- Tenho problemas de tireoide.
Resposta: Primeiro, você sabe o que é tireóide e para que ela serve? Segundo, você já fez os exames de T3, T4, TSI, TSH, etc.? Se você respondeu não a alguma destas perguntas, reavalie seus conceitos, afinal, uma pequena minoria dos casos de obesidade é creditada a doenças da tireoide.


- Não como nada, mas não consigo emagrecer.
Resposta: Das duas uma, ou você come escondido ou realmente você come pouco e se exercita menos ainda. Tente recontar suas calorias gastas (basais e exercícios) e ingeridas (o quanto você come) para verificar onde está o problema. A regra é clara, gastar mais do que se consome emagrece e gastar menos do que se conseme engorda.


- Tenho problemas de saúde que me impedem de fazer exercícios.
Resposta: Isto até pode ser verdade, mas existem exercícios e exercícios. Será que não existe nenhum que você possa fazer? Procure seu médico e explique seu problema para tentar chegar a uma solução.


Acho que a ideia de culpar algo ou alguém é a forma mais fácil de se livrar de um problema ou de um peso na consciência, mas não na barriga. Por isso o meu método é individual, ou seja, você firma um compromisso com você mesmo. Mentir para si mesmo não é meio esquisito, certo?

Partir do pressuposto que o culpado pela sua obesidade é você mesmo pode ser difícil na maioria dos casos, mas é fundamental para que você possa tomar ações para reverter a situação, ou seja, para que você tome vergonha na cara.

Agora se você pensa de outra forma, que o problema não é seu, pense também na piadinha:

O velho homem está à beira da morte no hospital quando fala à sua esposa:
- É minha velha, quando eu perdi nossa casa na roleta, você estava lá;
- Quando eu destruí nosso carro bêbado, você estava lá;
- Agora que contraí esta DST na rua estou aqui, em estado terminal, você está aqui.
A esposa toda amável então diz:
- Não pense nisso agora, meu velho. Descanse.
Ao que o velho responde:
- Descanse o cacete. Vai dar azar assim no inferno, sua velha!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Casa 93.

Gostaria de postar o link do meu primeiro projeto, um conto que cresceu demais e ficou entre algo como um pequeno livro ou um conto propriamente dito.

A proposta é totalmente diferente deste blog e do livro homônimo ao blog, portanto, não se assuste. A ideia é abordar assuntos, ditos, proibídos, e levar o leitor à reflexão sobre o que pode acontecer ao se lidar com eles.

http://www.clubedeautores.com.br/book/122473--Casa_93

Caindo na estrada.

Feriadão para a muita gente, que tal viajarmos um pouco?

Uns querem cair na folia, outros enfiar o pé na jaca, outros querem se dar bem com o sexo oposto (ou o mesmo, vai saber...) e outros ainda querem ficar com seus óculos de sol só fiscalizando a natureza, ou seja, coçando o saco. Calma mulheres, estou falando dum saco metafórico, que sirva para todos.

Assim, a primeira grande pergunta que temos pela frente é:
1.    Para que vamos viajar?

Respondendo à primeira pergunta naturalmente já teremos o destino em mente. Mas não é só sair atrás do trio elétrico e pronto.

Não podemos fazer como um conhecido meu da faculdade. O sujeito era um dinossauro, ou seja, estava lá há muitos anos, acho que nem ele se recordava quantos. Certo dia ele estava petrificado sentado em seu quintal, sem camisa com aquela barriguinha de cerveja para fora, aqueles calções de futebol meio rasgados e chinelos, só observando as paredes, provavelmente sob o efeito de alguma daquelas substâncias que faziam alguns dos que estudavam naquele fim de mundo lidar melhor com a carestia de mulheres e coisas para fazer.
Estava eu estudando com outro amigo, que divida a casa com este figura em questão. Chegam então alguns amigos deste dinossauro, de indumentária e estilo semelhantes, e se dá um diálogo curto e interessante:

    - Oh, fulano! Você está fazendo o que aí?
    - Ah? Eu? Estava aqui, de bobeira.
    - Estamos indo para São Tomé das Letras.
    - Beleza, vamos nessa.

O dinossauro então levanta-se e como estava sai com os amigos numa Belina velha rumo a São Tomé das Letras (uns 1000km de onde estávamos), como se fosse comprar pão na esquina. Segundo meu amigo, o tal dinossauro figura só retornou cerca um mês depois. Não perguntem o que ele fez lá e como ele sobreviveu sem dinheiro só de calções e chinelos, que acho que nem ele sabe.

Portanto, a segunda e importantíssima pergunta é:
2.    O que vamos fazer lá?

Ok, já sabemos por que ir e para que ir. Vamos colocar o polegar em riste e pedir carona correndo o risco de ter os rins roubados? Vamos ficar fritando debaixo do teto de zinco de alguma rodoviária? Ou vamos enfrentar o overbooking no aeroporto? Pessimismo à parte, temos que responder também à questão:
3.    Como vamos chegar lá?

Confesso que fui pessimista acima porque tenho inveja do resto do Brasil. Eu moro numa região maravilhosa, no norte de Santa Catarina. Aqui temos privilégios como baixa criminalidade, plena empregabilidade, e por exemplo, praticar rafting pela manhã e pegar uma prainha à tarde, ou ir a uma cachoeira pela manhã e dormir numa cidadezinha serrana que até neva no inverno à noite.

Só que isto não vale para nós no Carnaval, não mesmo. Aqui, acredite se quiser, não existe carnaval. É a noite de sexta e de sábado somente, e olhe lá. É o preço que se paga por se morar praticamente num paraíso...

Pronto, agora que a maioria já riu da minha cara por ter que trabalhar na segunda, terça e quarta de carnaval, vou ser cruel também, vamos falar sobre dieta. Hoje é suave, vou propor apenas trocar a palavra viagem por dieta.

Não imagine o dinossauro da faculdade malhando ou comendo vegetais, seria mais fácil imaginá-lo fumando-os, mas não é esse o ponto. Você acha que as três perguntas a serem respondidas se aplicariam à dieta?

Eu acho que sim. Primeiro que você só vai fazer dieta se aquela roupa não servir mais, se a sua sogra te chamar de gorda ou se você quiser fazer bonito no carnaval, certo? Então tudo nasce do motivo que te leva a criar vergonha na cara e emagrecer.

Segundo, você vai se planejar para o tanto que deseja emagrecer. Pode ser para atingir o IMC correto, para que a roupa que você quer usar finalmente lhe caia bem ou até que a tua sogra te olhe com aquela cara de inveja e você possa, com toda a propriedade do mundo, mandá-la àquele lugar que deseja tanto que ela vá.

Terceiro, como emagrecer? Meu método é o da total liberdade. Portanto, pouco me importa se você vai se entupir de anfetaminas e vai sair gritando: “Ah se eu te pego!” o carnaval inteiro sem parar. Ou se você pretende retaliar o seu estômago por dentro com alguma cirurgia. Mesmo sem estas invasões pouco me importa também se você vai comer cebolas roxas ou normais.

Calma, não estou sendo indiferente contigo embora ainda esteja com raiva por você folgar amanhã e eu não. Apenas acho que todos são grandes o suficiente para saber o que engorda ou não e que a regra dourada para emagrecer é gastar mais calorias do que se ingere.

A Mi, minha princesa-esposa, por exemplo, neste exato momento está traçando dois hamburgueres bem mal passados com molho barbecue por cima. Eu nem me importo em repreendê-la. Primeiro, porque provavelmente ela me mandaria para aquele lugar que você quer mandar a sua sogra. Segundo, porque ela já aprendeu a segurar a onda dela, portanto, ela sabe que pode comer isso agora e principalmente o que ela deve fazer depois para que isso não pese negativamente no balanço de calorias.

Assim, se as três perguntas têm respostas claras na sua cabeça, a viagem da sua dieta com certeza estará no caminho certo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Agradecimento.

Gostaria de agradecer muito o grande sucesso nestas três semanas iniciais de blog e reiterar que é um grande prazer estar ajudando ou pelo menos divertindo.

Os pedidos pelo livro estão grandes, assim, gostaria de lembrar o e-mail para contato:
engenhariadadieta@gmail.com

Escrevam também para dar opinões e deixar sugestões, todo o contato será muito bem vindo.

Obrigado!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ora et Labora

A parte mais difícil de uma dieta talvez seja lidar com os insucessos. É horrível pasar fome ou se matar na academia para concluir que você deu um giro de 360°, ou seja, que não saiu do lugar.

É complicado encontrar um motivo ou rotular a coisa de uma forma única. São muitos os fatores que nos levam a falhar na dieta. Mas, eu gostaria de ser reducionista novamente e arriscar dizer que a causa única para pararmos uma dieta é a impaciência.

Você acorda na segunda-feira, vê aquele lindo céu azul e já pensa na prainha no próximo final de semana. Decide então malhar todos os dias daquela semana e maneirar na comida, você quer estar melhor rápido, obviamente que antes do final do verão.

Sua força de vontade é grande e você consegue ir da segunda até o sábado incólume, bastante saladas, frutas e exercícios. Aí você sobe na balança e? Se decepciona. Antes de sequer se perguntar o porquê você já está com um pedaço de pizza na mão desanimada ou espumando de raiva.

Antes de qualquer reação acho que deveríamos procurar o motivo para termos ficado decepcionados. Se pararmos para pensar de forma reducionista de novo veremos também que o motivo é único:

Você esperou demais de você mesmo.

Quando temos um objetivo pela frente, como emagrecer para o fim de semana na praia ou para perder dezenas de quilogramas e mudar completamente de vida, nós depositamos muita esperença nestes objetivos e isso pode nos cegar por outro lado.

Cada um de nós é um universo completo e distinto dos demais. Resumindo este conceito, não é porque sua vizinha perdeu 5kg em uma semana que você também irá fazê-lo. Cada um de nós tem uma velocidade de metabolismo, uma genética singular.

Outro detalhe é a nossa cabeça, sempre ela. Tendemos a ser otimistas demais e achar que vamos muito mais longe do que aquilo que conseguimos ir. E se a realidade nos dá aquele cruel tapa na cara temos que tentar entender que esperamos demais de nós mesmos. Afinal, se nos decepcionamos com as atitudes de outras pessoas, por que estaríamos imunes de não corresponder às nossas próprias expectativas?

 Se você manteve ou aumentou o peso depois de uns dias de dieta e exercícios sérios, você provavelmente trocou massa gorda por magra, ou seja, banha por músculos. Se você perdeu peso, uma grama que seja, do que você está reclamando? Você já está emagrecendo!

Como diz o velho adágio alquimista (também usado por São Bento): "Ora et Labora", em português: "Reze e trabalhe". Este rezar aqui tem um sentido figurado significando mais ser perseverante do que outra coisa. Ou seja, continue na sua senda e trabalhe pelos seus objetivos que você certamente chega lá

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Que o Olho Não Vê, o Estômago Não Enche

Continuando o assunto anterior, mencionei que comemos e bebemos com os olhos. Acredito que isto seja certo, pois, eu mesmo já me flagrei colocando coisas no prato (não nos olhos), principalmente em restaurantes self-service, apenas pela beleza e bom aspecto da comida.

Logicamente que os vegetais aqui saem em desvantagem. Dificilmente você olha aquele recipiente cheio de rúcula e diz:

“Nossa, que rúcula linda, vou me esbaldar de comê-la hoje!”

É bem mais provável que você haja assim diante de uma bela lasanha, uma carne suculenta ou aquela feijoada completa. Estendendo um pouco a compreensão da coisa, não só a visão tem este papel, mas o aroma também. Por isso, começamos a nos alimentar muito antes de dar a primeira garfada, portanto, a dieta já começa no momento que você pega o prato para se servir.

Estes dias estava almoçando com um colega de trabalho, ele confessou estar com dificuldades para não pegar o doce de sobremesa. No refeitório da empresa em que trabalhamos há sempre uma opção de doce e umas duas ou três de frutas.

Ele já estava conseguindo escolher a fruta há algum tempo, mas a tentação estava grande. Meu conselho foi o mais simples possível, de que ele não olhasse o doce, ignorasse-o como se ele não existisse.

Ele deu aquela risadinha, provavelmente me achando um louco. Eu realmente sou meio louco, mas um louco do bem.

Este conselho parece algo idiota, mas funcionou muito bem comigo. Quando estava de dieta eu sempre ficava tentado a pegar o doce, mas escolhia a fruta, pois, fazia dela meu lanche da tarde. Com o passar das semanas passei a ignorar a presença do doce que felizmente se encontra sempre no mesmo lugar, o que ajuda no condicionamento do cérebro.

A melhor forma de ignorar algo como um doce é obviamente eliminar a oportunidade de se obter um. Só que na fila da comida você necessariamente passa por ele, basta então ser resiliente e olhar para outro lado.

Afinal, vai dizer que você não faz isso quando passa aquele filme de terror que sai tanto sangue que até espirra no teu rosto? Ou que você não muda de canal quando seu time perdeu, ou pior, quando o time rival ganhou?

Fazer isso com a comida passa a ser automático depois de alguns dias. Obviamente que o mesmo vale para as gôndolas de supermercado e para qualquer situação em que o diabo das calorias venha te seduzir.

Citando um exemplo extremo, lembrei-me do filme “Uma Mente Brilhante”. O personagem principal lida com sintomas de paranoia e esquizofrenia, como ver pessoas que não existem, também desta forma, ignorando-as. Assim, seus “demônios” continuam lá, só que ele doutrinou sua mente a não mais dar atenção a eles e passou a viver normalmente depois de desenvolver esta técnica.

Claro que o gordinho não tem a alucinação de ver aquele bolo caseiro quentinho correndo atrás dele para esfaqueá-lo, mas com certeza o gordinho sente vontade de esfaquear o bolo quentinho se o vir, cheirar ou mesmo pensar nele.

Agora se o seu problema é maior no supermercado, é mais fácil ainda aplicar esta técnica. As prateleiras com as coisas “perigosas” também têm seus lugares fixos, basta não passar por eles, certo? Outra técnica conhecida para ir ao mercado quando se está de dieta é encher a barriga antes, isto evita que se compre aquilo que não é necessário.

A mesma mente brilhante que te faz secar ao cabo de poucos meses, sem remédios, shakes, cirurgias, milagres, gnomos, duendes ou fadas é a mesma que sempre vai te sacanear para te entupir de porcarias. Para evitar que ela te use para o “mal”, que tal afastar o “mal” dela?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os Prazeres da Água

A água, fluído da vida. Ela pode nos ajudar muito a emagrecer. Quando cheguei com esta história para cima da Mi, minha esposa, sua resposta foi simples:

“Eu, beber água? Você está louco? Água enferruja, sai para lá!”

Ok, como posso argumentar contra uma resposta destas?

Muitas vezes não dá para argumentar com a Mi, se bem que ontem ela me viu com minha garrafinha de água, que eu havia tirado do freezer. Nós havíamos acabado de nos sentar à brisa depois de jardinar um pouco quando ela disse, com um copo de mais de meio litro de refrigerante ao lado dela:

“Dá um gole dessa tua água aí. Está tão geladinha, e você está tomando com tanto gosto!”.

Desta frase da Mi dá para tirar duas ideias importantes:
  1. Nós bebemos e comemos com os olhos;
  2. Sim, eu bebo uma garrafa de 0,5L de água em dois ou três goles, e com muito gosto!

As duas ideias se juntam no conceito renitente que eu trato aqui, é o cérebro que comanda tudo. Afinal, como um negócio que nem estimula as papilas gustativas pode ser prazeroso? E como alguém que não bebe água o fez só por ver alguém fazê-lo antes com prazer?

Pela minha experiência, só o hábito de consumir e a crença (seja por que motivo for) é que levam a isso. Explico. O hábito e a repetição levam a um comportamento automático e este fica ali, como aquele programinha que você roda para limpar seu HD, por exemplo.

Outro exemplo foi quando eu fui aprender a dirigir. Meu pai jogou um Gurgel na minha mão, sim, aquela coisa feia de fibra de vidro com motor de fusca. Tinha eu uns doze anos e estávamos na nossa chácara, numa estradinha de terra que só passava um carro e talvez uma vaca, tive que me virar. Ele dizia que eu suava como se estivesse debaixo de um chuveiro. Realmente eu estava muito nervoso.

Depois de alguns matos me cortando os braços, uma roda amassada e umas vacas correndo assustadas, eu comecei a dominar o Gurgel. Com o passar dos anos passei a dirigir melhor até o ponto em que nem penso mais para dirigir, ou seja, passou para o piloto automático.

O mesmo ocorre com a água. Durante a dieta era a garrafinha a tira colo para correr e para malhar. No trabalho estou sempre com outra garrafinha térmica com água geladinha, em casa, tenho outra que levo para todos os cantos. Ou seja, a garrafinha se tornou minha companheira quase inseparável.

Hoje não é mais uma questão de necessidade de dieta, e sim, de gosto mesmo. Dá aquela lubrificada na garganta, refresca, acalma... Cada um tem a sua crença, a minha é de que a água dá estes prazeres.

Muitas pessoas dizem que água é sem graça. É o gosto de cada um, mas eu sempre vou preferir uma água geladinha a um refrigerante depois de uma caminhada, já que para mim o refrigerante é muito doce e me deixa com mais sede ainda depois.

Os benefícios da água você já deve saber, mas vale a pena lembrar que ela lubrifica as articulações, melhora a oxigenação do sangue, reduz a fome, ajuda a emagrecer, melhora a pele, as unhas, os cabelos. E não tem absolutamente nenhum efeito colateral, afinal, nosso corpo é composto em sua grande maioria por ela.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Prazer ou Obcessão?

Vícios, estes hábitos nefastos que nos levam a fazer sempre às mesmas coisas, repetidas vezes. Entendo os vícios como uma forma de se cegar. Um viciado não vê nada à sua frente que não seja o próprio objeto do vício.

E mais, qualquer excesso pode sim migrar para um vício. Parece que nosso cérebro determinadas vezes empaca como uma mula em algum comportamento e não consegue sair dali. Quando falei de Pavlov e dos reflexos condicionados, não mencionei propositadamente o outro lado da coisa, o de não conseguir sair deste comportamento.

Usemos o próprio cão como exemplo novamente. Uma vez que ele aprenda algum truque, pode solicitá-lo por 10.000 vezes que ele fará exatamente a mesma coisa. Aliás, os animais parecem ser muito mais aptos a repetições que um ser humano.

Por que? Talvez você se pergunte. As respostas são duas e são simples. Ele está acostumado com aquilo e ele ganha algo em troca.

Claro, não podemos ser hipócritas a ponto de dizer que o vício é ruim, que o viciado vai virar hamburguer do diabo e fritar na chapa quente do inferno. O vício traz coisas boas, claro, se não as pessoas não os teriam, certo?

O problema começa quando este "algo em troca" que o vício te dá passa a ser a coisa mais importante da vida. Aqui, definitivamente os animais se tornam mais inteligentes que o homem. Não sou grande conhecedor de ambos, mas o cão parece que não espera "algo em troca" se este lhe faz mal, como um biscoitinho estragado, por exemplo. Já do homem, não se pode garantir nada.

Este mesmo poder que o faz prevalecer sobre a Terra (será?) também o corrompe e o torna o mais idiotas dos seres, por vezes. Estou falando da inteligência. Esta questão é muito bem resumida por um cara muito "ninja", cujas frases são tão sábias quanto as teorias, Albert Einstein:

"Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes."

Se você sempre enche a cara, é óbvio que você sempre vai ter ressaca, se você sempre usa drogas pesadas é claro que elas vão fritar seus neurônios naquela chapa quente, se você faz fofoca sobre todo mundo é claro que as pessoas vão se afastar de você.

E se você come muito, sempre? Não precisa ser nenhum Einstein para saber a que isso leva, certo?
Comemos porque estamos tristes, porque estamos de bobeira no sofá, estamos ansiosos, nervosos, etc. Será que não deveríamos comer para nos nutrir, e só?

Quando eu era gordo lembro-me de ter em mente a desculpa perfeita. Comer compulsivamente não é como os outros vícios, pois, não é algo que você pode largar, já que o objeto do teu vício, a comida, será sempre necessário na tua vida. Por isso é o vício mais difícil de largar...

Erro crasso da minha parte. Pense comigo. Você precisa comer uma caixa inteira de bombons? Precisa ingerir 2L de refrigerante por dia? Precisa comer um cheese-colesterol-completo? Ou até dois deles?

O vício não está naquilo que você faz ou consome e sim na dependência que você tem por esta coisa. Uma cerveja de vez em quando dá ressaca? Um bombom engorda? Um comentariozinho maldoso e merecido sobre alguém que fez alguma m... é tão ruim assim?

Felicidade e satisfação são conceitos muito abstratos, mas, se você os está procurando em algo que até te satisfaz por um tempo, mas que logo te tira esta felicidade de forma bem pior e faz com que você continue procurando, e você procura sempre na mesma fonte, desculpe, mas você virou um insano segundo Einstein.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Experimento Para o Carnaval

Estes dias estava pensando com minha calculadora involuntária de calorias. Explico. Com a dieta e os novos hábitos aprendi a calcular as calorias das coisas. Claro que não é aquele cálculo exato e sim uma aproximação grosseira, de engenheiro mesmo. Tudo o que se mexe gasta calorias. Calor é energia. A gordura é a reserva de energia do corpo, portanto, mexer emagrece.

O que mais se faz no carnaval? Dança-se e... Isso mesmo! Namora-se! Então vamos que é Carnaval!

Suponhamos que você saia todas as noites para pular e que você se dê bem todos os dias. Obviamente que com todas as “extremidades” do corpo devidamente “vestidas” para evitar qualquer acidente.

O carnaval tem duração variada em locais variados. Vai de ínfimas duas noites aqui no Norte de SC (noites de sexta-feira e sábado), a não me pergunte quantos na Bahia! Vamos então considerar uma média de 4 noites.

Consideremos apenas noites já que durante o dia ou você estava trabalhando ou se recuperando da ressaca por causa da noite anterior.  Eu recomendaria apenas água para ajudar na dieta, mas, como você provavelmente me apedrejaria por isso, vai, enfia o pé na jaca! É Carnaval!

Por isso você vai ter que se dedicar bastante à noite para ter chance de emagrecer. Não pode desanimar e seja na avenida, na rua, no clube ou até em casa, tem que estar dançando ou mexendo o corpo de outras formas, deixe-se levar pela música.

Supondo que você comece às 19h 00m e vá até às 4h 00m serão 9 horas de folia em 4 dias, ou seja, cerca de 36 horas. Fazendo uma média de quantas calorias você gasta dançando ou fazendo outros exercícios carnavalescos dá cerca de 300 kcal.

Esta alegria toda resulta em cerca de divertidas 11.000 kcal eliminadas! Lembre-se não só das calorias que saem, mas das que deixam de entrar, então, para aqueles que vão dirigir ou que vão curtir do meu jeito preferido, com a garrafinha de água na mão, esta queima sobe para apoteóticas 20.000 kcal.

Sim, o líquido precioso, como diz o Paulinho, meu sogro, soma 9.000 kcal ao longo dos mesmos quatro dias de festa. Afinal, o que você deixa de botar para dentro, no caso dos meus cálculos, mais de 10 litros de breja, conta como uma caloria que você não computou como ganho.

Finalmente, isto representa mais de 1,5kg para os bebuns e 3 kg para os demais. Então faça logo a sua escolha e emagreça, ou melhor, divirta-se!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Receita de bolo.

Hoje vou direto ao ponto. Sendo o meu método de emagrecimento fortemente baseado em como o nosso cérebro lida com a comida, ele consiste basicamente em substituições de opções de cardápio e adequações de hábitos.

Assim, seguem as ações práticas que tomei neste processo. Algumas coisas já foram discutidas em outros posts, mas acho que uma visão global também ajudará:

SUBSTITUIÇÕES:
·         Embutidos (salsicha, linguiça, hambúrguer, etc.) por carnes não industrializadas (bifes magros, filé de frango ou peixe);
·         Carnes fritas por grelhadas (nestas panelas elétricas) ou assadas;
·         Carnes gordas por carnes magras;
·         Queijos amarelos por brancos (menos gordura);
·         Molhos e óleos para temperar saladas por shoyu;
·         Pães e arroz normais por integrais;
·         Batatas fritas por batatas cozidas ou assadas;
·         Alimentos ricos em açúcar por frutas (principalmente banana);
·         Refrigerantes normais por dietéticos ou sucos naturais;
·         Salgadinhos industrializados por soja torrada, pipoca, granola salgada ou azeitonas;
·         Feijoada completa por feijão com carnes magras e defumadas;
·         Leite integral por desnatado;
·         Macarrão com cremes e queijo por macarrão com ervas e óleo de oliva cru;
·         Feijão por lentilha;
·         Maionese por mostarda;
·         Manteiga e outras coisas de passar no pão por patê de tofu;
·         Sal por condimentos variados (ervas, pimenta, alho, etc.);
·         Bebidas alcoólicas por conversas com amigos, leituras bem-humoradas, sexo, corrida, etc.

HÁBITOS (para enganar o estômago e aumentar a sensação de saciedade):
·         Proteínas no desjejum (ovos, bacon, queijo, leite, etc.);
·         Muita pimenta, alho e demais condimentos fortes sempre que possível;
·         Café amargo (duas xícaras pequenas ao dia, entre refeições);
·         Muita água ou chás durante todo o dia (exceto junto das refeições);
·         Desmanchar o alimento entre a língua e o céu da boca (com isso você estimula o olfato e o paladar ao mesmo tempo);
·         Cheire o alimento (não vai enfiar o narigão dentro do prato, apenas preste atenção no aroma que exala do talher, antes de levar à boca);
·         Um tipo de carboidrato por refeição (exceção para o arroz com lentilha ou arroz com feijão);
·         Saladas vêm sempre em primeiro. Elas facilitam o processo digestivo e ocupam primeiro o estômago tomando o lugar de coisas calóricas;
·         Cebola e alho, de preferência crus (se você não for dar uns beijos, claro);
·         Alimentos consistentes e difíceis de engolir se a paranoia de fome apertar (cenoura, coco e outros de baixa caloria que você pode roer por horas);
·         Ler, reler e tornar a ler toda e qualquer embalagem de comida que você for comprar. O controle das calorias e a escolha das melhores opções começam pela embalagem;
·         Comer o mais devagar possível e mastigar muito (lembre dos conselhos da mamãe);
·         Fazer as refeições completas e mesmo os lanches sempre nos mesmos horários, quaisquer que eles sejam;
·         Fazer pelo menos 5 refeições ao dia preferencialmente nos mesmos horários;
·         Comer à noite não é pecado, e ajuda a ir dormir satisfeito, só procure fazer refeições mais leves, se possível, para ajudar na qualidade do sono;
·         Deixar as refeições mais fartas, se possível, para os horários em que se está mais à toa;
·         Festas não são torturas. Se for a uma, não seja anti-social, mas tente aproveitar com moderação;
·         Escovar os dentes depois das refeições;
·         Nunca deixar de comer. O jejum é tão ruim ou até pior do que comer demais;
·         Pratos e recipientes pequenos ajudam a comer menos;
·         Se a vontade for incontrolável, comer sem culpas, maneirando na quantidade;
·         Lembre-se que o fator limitante é sempre a quantidade e não o tipo de comida.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Por onde eu vou?


A maioria das pessoas me pergunta o que eu fiz para emagrecer tanto e tão rápido. Gosto de falar de como trabalhei a minha cabeça para vencer os fantasmas gordos que me rondavam, ou seja, os maus hábitos. Em cima disso é que desenvolvi um método para trabalhar a cabeça unicamente. Quem vem acompanhando o blog percebe que eu praticamente só falo disso.

Já ouviu falar de Pavlov? Foi um médico e pesquisador russo que descobriu uma forma para os cães fazerem o que ele queria. Ele falava? Ele batia? Ele brigava? Não, ele simplesmente insistia quando os cães erravam e lhes dava recompensa quando acertavam. Não, ele não lhes dava vodca, e sim biscoitinhos. Se bem que eu acho que a Tarsila (minha cadela) funcionaria melhor na vodca, se até bater com a cabeça na mesa para virar o copo ela bate só para lamber o que vai ao chão...

Assim, Pavlov teorizou sobre o tal método do reflexo condicionado. Ele em determinada altura soava um sino sempre que iria alimentar os cães. Estes, ao ver a comida, começavam a salivar. Depois de um certo tempo ele parou de dar comida e continou apenas soando o sino. Os cães continuavam a salivar. Ou seja, os cães eram movidos por um comportamento e não pela questão orgânica em si.

Se pararmos para pensar, não somos assim também? Nos alimentamos muito mais baseados nos nossos hábitos do que propriamente nas nossas necessídades orgânicas. 

Sou da opinião que todos sabemos mais ou menos como emagrecer. Resumindo a novela:
 - Fazer 5 refeições por dia, sempre no mesmo horário;
 - 40% de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de verduras e frutas;
 - A gordura que você precisa já está no preparo dos alimentos que você come, portanto, não é necessário colocá-la à parte. O mesmo vale para o açúcar.
 - Ingerir menos calorias do que se gasta.

O resto do que se ouve por aí ou é enganação ou é a mesma coisa dos passos acima com outras palavras.

As mesmas pessoas que me pedem dicas parecem não estar interessadas na parte comportamental da coisa e sim nas receitas de comidas, no caso, na restrição delas. Se este é o caso, a nutricionista é a profissional mais indicada para ajudar. Ela que tem conhecimento para elaborar uma dieta balanceada com o que você gosta e de acordo com as suas necessidades.

Eu estou mais para o Pavlov, só insistindo para você pensar direito primeiro, mudar os hábitos e criar os comportamentos, o resto vem a reboque e fica até ridículo de tão fácil. Mas não se preocupe que eu não vou lançar biscoitinhos, prefiro muito mais te convidar para tomar uma vodca. Claro que com muita moderação, afinal, bebidas alcoólicas engordam bastante.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Que Venga el Toro

Quem já era gordinho na infância, ou mesmo depois, já deve ter se deparado com o Bullyng. Ainda mais no Brasil em que todos se acham íntimos de você 5 minutos depois de te conhecer.

Tudo começa com aquela brincadeirinha inocente e apelidos dos mais variados. Quanto mais irritado se fica com os apelidos e brincadeiras, mais intensas elas vão ficando.

Aí a coisa passa para um segundo estágio, em que começam a apertar seus pneuzinhos, fazer cuecões ou abaixar as suas calças em público. Obviamente isso só aplica à escola e crianças, pelo menos nunca vi ninguém abaixar as calças de um gordinho num local de trabalho. Aqui a coisa já partiu para a violência não só moral, mas física.

Dependendo da gravidade, a situação é levada para um terceiro estágio em que a vítima vê-se obrigada a deixar o local onde é assediada. Aí os danos foram os piores possíveis e insuportáveis para quem os sofreu.

Eu sempre me incomodei muito com o bullyng e quanto mais incomodado eu ficava, mais os garotos me azucrinavam. Até que certo dia eu me enfezei, peguei aquele que mais me incomodava e soquei-o no rosto até minha mão se cortar nos dentes dele. Conclusão, nem ele nem ninguém me incomodou mais. Não recomendo esta solução, afinal, eu tinha apenas 11 anos de idade e não parei para pensar nas consequências.

Já a minha princesa, a Mi, diz que nunca se incomodou com bullyng, pois, qualquer problema que surgisse era resolvido imediatamente, e na porrada. Conforme comentei, ela tem instinto de lutadora, então, descia a marreta na cara das meninas até que o sangue jorrasse.

Violência gera violência, e eu sou contra. Mas a ideia aqui é não levar desaforos para a casa.

Se alguém te ofende por causa da sua obesidade, não deixe barato, responda. Quando se deixa por isso mesmo é como se o ofensor marcasse o lombo do ofendido com ferro quente.

É aquela porrada que você vai assimilando continuamente, tal qual o Rocky Balboa na luta final. Só que quando a musiqueta toca o bicho pega, e aí o Rocky mostra porque é o Garanhão Italiano.

Você não precisa apanhar igual ao Rocky e ficar esperando a musiqueta para reagir. Nem que esta surra seja absolutamente moral. Alguém te incomodou, responda à altura na hora. Todos têm alguma característica física esquisita ou um traço de comportamento que incomoda. Basta encontrá-lo e combater fogo com fogo. Há pessoas que não concordam com isso, mas, que dá um alívio grande, ah, isso dá.

Contudo, se você é da paz você não vai responder. Só que ficar remoendo também não é bom para você. Você deve então se guiar por outras referências. Há vários gordinhos muito bem por aí e que não dão a mínima para sua condição e para os comentários sobre eles.

O filósofo Kant, por exemplo, via a estética, a questão "do Belo" como algo passageiro e subjetivo. A forma humana segue este critério, pois, se considerarmos o Século XVI, as bochechas cheias e rosadas e a barriga avantajada eram sinais de saúde e de beleza, a magreza um sinal de doença e os músculos avantajados um sinal de que o sujeito era trabalhador braçal, portanto, alguém rude, pobre e feio.

Mesmo atualmente temos Botero, por exemplo. Produz quadros brilhantes cujo o tema é a forma e a beleza dos gordinhos.

Portanto, quando você se olhar no espelho e se achar feio será notório que você não tem o físico do Rocky (claro que aquele das décadas de 70/80), mas lembre-se que você não tem também a cara amassada e inchada dele.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cadeia Neles.

Já repararam como tudo o que é gostoso engorda? Sou só um mero engenheiro, mas arriscaria dizer
que o nosso cérebro tem algo a ver com isso.

Pense comigo, o que mais dá prazer de comer é fundamentalmente aquilo que contém gordura e
açúcar, certo? Aposto que você nunca se pegou pensando ou ouviu de alguém:
- Ai que fome, que vontade de comer rúcula ou alface!

Tampouco você sai de casa para procurar estas coisas no restaurante. Você vai querer mesmo é um
cheese-colesterol ou um saco de bombons para destroçá-los, certo?

Ou seja, quando a paranoia ou até a psicose por comida se instala você vai procurar gordura e açúcar. Por que?
Observe a tabelinha interessante abaixo:

1 grama de carboidrato: 4 calorias
1 grama de proteína: 4 calorias
1 grama de gordura: 9 calorias
1 grama de álcool: 7 calorias
Fonte: http://www.endocrinologia.com.br/html/entendendocalorias.htm

Aqui é fácil entender que o nosso corpo nos sacaneia. O tipo de alimento mais denso caloricamente é a gordura. Isto significa que há algum mecanismo, provavelmente primitivo no nosso cérebro que ainda diz:
- Uga buga, mim quer gordura!

Provavelmente pelo fato de em tempos imemoriais o homem das cavernas necessitar armazenar a maior quantidade de energia possível para os períodos de inverno e de carestia de alimentos, desenvolvemos este desejo pelas gorduras. Só que naquela época, nossos ancestrais arrastavam mulher pelos cabelos, matavam animais à unha e não ficavam sentados na frente da TV.

Você pode discordar dizendo que não gosta de gordura, que tira a capa de gordura da picanha, as carnes da feijoada, etc. Porém, não podemos esquecer que todas as frituras, embutidos, salgadinhos e até doces levam grandes quantidades de gordura na sua preparação. É justamente esta gordura não evidente que costumamos ingerir com maior frequência.

Mas calma, não é por comer gordura que seremos lançados à fogueira. Como eu já disse várias vezes, é pior passar vontade do que comer um pouquinho daquilo que você deseja, pois, geralmente a vontade vence e aí você deixa o restaurante sem estoques.

Também disse que o meu método de emagrecer não proíbe nada, isto é verdade, mas não significa que eu como de tudo. Como quase de tudo, mas uma coisa eu deixei quase que integralmente, os embutidos.

Já havia lido muitas lendas sobre eles, mas custava a acreditar que um produto comercialmente vendido em qualquer lugar pudesse ser tão danoso à saúde assim. Só que eu me tornei um ávido leitor de embalagens durante a dieta e não perdi mais o hábito. Certo dia eu comparei os embutidos à ração da Tarsila e qual não foi a minha surpresa ao perceber que o material base é quase o mesmo.

A composição básica são restos de carne de vários animais, gordura animal e conservantes. Claro que para os seres humanos eles colocam mais condimentos, supostamente usam cortes de carne um pouco mais nobres e dão aquela maquiada na coisa, creio hoje que propositalmente para não parecer comida de cachorro.

Mal não faz, afinal, aquela destruidora de jardins da Tarsila está cada vez pior. Mas não sei se é um alimento tão bom assim, se fosse, talvez não a visse mais de uma vez mastigando nossas petúnias. Mesmo assim, eu cético por natureza, fui conversar com um amigo que é do sítio e estava acostumado a fazer estes produtos na sua propriedade. Quando questionei-o sobre os embutidos sua resposta foi simples:
 - Se você presenciar como são feitos e armazenados estes alimentos você nunca mais vai comê-los.

Esta simpática resposta foi suficiente para cortá-los da minha lista de opções mesmo sem acompar meu amigo para ver como são feitos.

A chave aqui são as substituições. Observe, por exemplo, que enquanto uma salsicha tem 120 kcal, um bife magro grelhado de mesma massa tem 80 kcal, ou seja, 1/3 a menos. Este excesso com certeza está nas gorduras, corantes e conservantes da salsicha.

Assim como eu substitui passeio no jardim por cadeia/solitária para aquela cadela criminosa da Tarsila, também substiuí os embuidos por outras carnes bem mais saudáveis e menos calóricas.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paulinho e a Grama.

Há alguns dias finalmente decidimos aparar a grama de casa. Depois de quatro meses lidando com pedreiros, restos de construção, caixas de mudança e tudo mais que uma reforma propicia, finalmente tivemos um tempo para olhar para o jardim e consequentemente para a grama.

Quatro meses sem apará-la, pleno verão, bastante umidade... a Tarsila quando ia brincar lá até parecia uma onça andando no meio da selva. Como ela já tem quase o tamanho de uma onça, isto significa que a grama estava como uma selva mesmo. A grama estava tão grande que a Mi estava até com medo de pegar temperos que estão plantados num canteiro cujo único acesso é através do gramado. Também, coitadinha, magra e pequena daquele jeito, ainda mais bronzeada como ela está, ia ser a própria curumim perdida na selva.

Aí então surge o Paulinho, meu sogro, especialista em grama. Primeiro ele trouxe um aparador que usa fio de nylon. Quando ele analisou melhor o tamanho da selva amazônica, resolveu que era preciso usar a máquina grande, que utiliza uma lâmina de aço. Ok, eu um completo leigo cujo único domínio sobre selva sempre fora a selva de pedra paulistana, deixei rolar.

O velhinho decidiu fazer uma demonstração. Cigarrão no canto da boca, óculos escuros, aquela camiseta de propaganda que ele usou as férias inteiras e a grama cada vez mais baixa.

O Paulinho é tão ou mais impaciente que a filhinha dele. Assim, a demonstração contemplou praticamente o gramado todo. Não é um gramado grande, mas, meu sogro é carequinha e branco, bem branco. Tão branco que fica como um peru só de ficar debaixo do guarda-sol. Eu estava ficando preocupado com a moringa dele tostando no sol e aquele suor descendo pela testa, quase apagando o cigarrinho.

Peguei então o primeiro aparador para fazer os cantos, e ele, já na sombra, só me observando. Quando eu abaixei a máquina e cortei o primeiro raminho de grama, o Paulinho já veio correndo dizendo que eu estava fazendo errado, tomou a máquina colocou-a para lá e para cá e fez mais um bom tanto.

Aí eu tomei dele e tentei fazer de novo. Ele voltou para a sombra para me observar. Depois de uns dois minutos, que para ele devem ter parecido umas duas horas, ele foi em cima de mim de novo para explicar como prender o carretel, recarregar o fio, etc. Já aproveitou e cortou mais um bom tanto da grama.

E esta cena se repetiu por mais algumas vezes. Resultado, eu não cortei quase nada e o Paulinho fez praticamente tudo.

Quando ele terminou deu aquela vontade de pedir para ele recolher toda a grama cortada, afinal, se o Paulinho gosta tanto de aparar a grama, bem que podia ter feito o serviço completo.

A lição que tirei deste dia foi que a preguiça é tão contagiosa quanto a pró-atividade.

A mesma dificuldade que temos para iniciar algo é a mesma que temos para parar de fazê-lo se estamos empolgados e se está dando certo.

Agora é só esperar o Paulinho estar longe, bem longe, para eu finalmente aprender a roçar a grama e queimar algumas centenas de calorias.







sábado, 4 de fevereiro de 2012

Telefone Vermelho do Batman


Você se lembra daquele telefonão vermelho todo "estiloso" do Batman? Quando o bicho estava pegando em Gotham, o comissário de polícia já batia um fio para o Batman naquela linha privativa.

Isto me fez recordar de quando a Mi, minha esposa, resolveu fazer dieta também. Não que ela precisasse, mas ao me ver magrinho correndo na rua para lá e para cá, acho que bateu aquele ciúme e ela resolveu tentar também.

Embora a Mi tenha seguido outro caminho em relação à alimentação, em essência entendo que ela seguiu o meu método. Basicamente ela descobriu o próprio motivo, estabeleceu os objetivos que ela queria e elaborou o próprio cardápio para mudar.

Basicamente o meu método é:
 1. Encontrar um motivo para mudar;
 2. Estabelecer um objetivo com datas e resultados que se quer;
 3. Bolar um procedimento, uma rotina para alcançar o objetivo.

A Mi então resolveu apelar aos "caldinhos", que estavam em voga nas revistas femininas semanais da época. Entenda-se por caldo aquela sopa "sabor água" cuja única regra é colocar coisas sem graça ou que tenham um gosto horrível, que obviamente são as verduras ou legumes que dizem que emagrece.

Primeiro dia, caldo de abobrinha. A Mi olhava com aquela cara de nojo, virava a colher para lá e para cá até que conseguiu engolir forçosamente.

Segundo dia, caldo de cenoura. Eu, como um apologista da cenoura incentivei-a bastante. Ela olhava com nojo para a sopa e com ódio para mim, a vontade dela era utilizar a cenoura para você sabe muito bem o quê e aonde.

Quando no terceiro dia saiu um caldinho de agrião ela não se conteve. Passou a mão no telefonão vermelho e:
- Alô, isto é uma emergência! Preciso de ajuda imediatamente! Favor mandar uma pizza portuguesa com urgência para o endereço tal...

Por isso eu digo que nada feito contra a vontade tem muitas chances de dar certo. Ir pela dieta da moda ou fazer algum exercício que se odeia pode ser mais frustrante do que permanecer gordo.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Verdade Sobre os Biocombustíveis

A invejá é uma merda. Esta frase resume tão bem o conceito de inveja, e porque não, de merda, que qualquer citação posterior será um mero pleonasmo.

Permitam-me utilizar o termo merda no texto todo. Se até as novelas a usam e está no dicionário, acho que posso utilizá-la também. Merda, merda, merda.

Ufa, agora estou mais calmo, acho posso voltar a falar da inveja. É fácil provar como ela se iguala à merda. As duas são sorrateiras, é difícil assumir suas autorias, as duas se instalam em você sem você desejar ou teimam em ficar quando você mais quer elas te deixem, as duas nos dão nós na barriga, as duas nos absorvem toda a atenção, as duas nos levam à vergonha, as duas são naturalmente incômodas e as duas atraem moscas.

Moscas se relacionam com inveja, você se pergunta? Sim. Não as moscas de verdade, as habitantes da merda, mas a mosca metafórica da Sopa, como na letra de Raul Seixas. O incômodo, o desconforto por assim dizer.

E como nos livramos da merda? Há várias atitudes que podemos tomar. A mais simples é descê-la pela privada ou recolhê-la em um saco, como eu faço umas dez vezes por dia à da Tarsila. Mas ainda assim ela está lá e ainda assim ela continua igual à inveja, pois nunca sabemos qual será o seu destino.

Mas até a merda tem uma utilidade. Já dizia o sábio que se pegarmos uma boa porção de merda, bem fedida, e colocarmos numa embalagem moderna e bonita, com certeza atraíremos moscas, ou melhor, compradores.

A merda também é usada como combustível. Já temos carros movidos a merda no Brasil há muitos anos. Daí eu pensei, porque não fazer isso também com a inveja, ou seja, transformá-la em combustível?

A seguinte frase é interessante: "Inveja é a forma mais complexa de admiração." Quando me pego tendo inveja de algo ou alguém costumo tentar mudar isso para uma forma de admiração, um exemplo a ser relevado e não desejado.

Como engenheiro não me posso olvidar que se A=B e B=C, necessariamente A=C. Assim, se A inveja é uma merda e a Inveja é igual à admiração, logo, a admiração é uma merda.

Raciocine comigo, quem nunca parou para olhar a própria merda e no final se vangloriou pela forma e porção que conseguiu edificar no vaso? Desde edifífios de arte moderna com ramificações, curvas e cores extravagantes para todos os lados, quanto altíssimos e singelos arranhacéus?

Brincadeiras à parte, reconhecer que a admiração é uma merda pode nos levar a pensar que ambas não são tão ruins, mas elas não devem ficar estagnadas para não feder. Devem servir sim para serem transformadas em algo mais útil.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Memória e processamento.

Como qualquer engenheiro, gosto de fazer comparações idiotas de máquinas ou de leis da Física com os seres humanos. A ideia é tentar mostrar que o corpo segue algumas leis que desconhecemos e estas são muito similares às premissas de concepção das máquinas.

Calma, eu não vou ser tão chato assim, vou falar de algo que provavelmente um dia vai estar implantado na sua cabeça e que você está usando neste exato momento, o computador.

Para que o usamos? Esqueça as funções evidentes como e-mails, navegação, ver fotos, filmes, baixar arquivos, etc. Tente correlacionar tudo isso e você verá que em essência um computador serve apenas para duas coisas, armazenar informações e dar uma forma ou destino a elas, ou seja, um computador é memória e capacidade de processamento.

E o nossa mente? Para que a usamos? Se formos pensar de forma reducionista de novo creio que chegaremos a algo como "interagir com o meio à nossa volta". E para fazer isso necessitamos memorizar informações e encontrar o melhor jeito de lidar com elas, ou seja, somos em essência computadores.

Num computador o software é aquilo que você xinga e o hardware aquilo que você chuta. No caso do nosso corpo, o software se assemelha ao cérebro e o hardware ao corpo.

Assim, o que você memoriza implica no que você faz e o que você faz implica no que você posteriormente memoriza, é um processo repetitivo, tal qual o computador. A diferença reside no fato de que o corpo e a mente evoluem (pelo menos deveriam naqueles que não são jumentos), conforme lidamos com as coisas e aprendemos com elas. Seja com os acertos ou seja com os erros.

Se lembrarmos deste fato para mudar uma dieta, seremos felizes em encurtar o caminho das coisas. Quem já tentou dietas antes poderá lembrar tudo o que fez de ruim e de bom e melhorar para tentar de novo.

Tal qual num computador informações não são nada se não fizermos algo com elas.