segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Prazer ou Obcessão?

Vícios, estes hábitos nefastos que nos levam a fazer sempre às mesmas coisas, repetidas vezes. Entendo os vícios como uma forma de se cegar. Um viciado não vê nada à sua frente que não seja o próprio objeto do vício.

E mais, qualquer excesso pode sim migrar para um vício. Parece que nosso cérebro determinadas vezes empaca como uma mula em algum comportamento e não consegue sair dali. Quando falei de Pavlov e dos reflexos condicionados, não mencionei propositadamente o outro lado da coisa, o de não conseguir sair deste comportamento.

Usemos o próprio cão como exemplo novamente. Uma vez que ele aprenda algum truque, pode solicitá-lo por 10.000 vezes que ele fará exatamente a mesma coisa. Aliás, os animais parecem ser muito mais aptos a repetições que um ser humano.

Por que? Talvez você se pergunte. As respostas são duas e são simples. Ele está acostumado com aquilo e ele ganha algo em troca.

Claro, não podemos ser hipócritas a ponto de dizer que o vício é ruim, que o viciado vai virar hamburguer do diabo e fritar na chapa quente do inferno. O vício traz coisas boas, claro, se não as pessoas não os teriam, certo?

O problema começa quando este "algo em troca" que o vício te dá passa a ser a coisa mais importante da vida. Aqui, definitivamente os animais se tornam mais inteligentes que o homem. Não sou grande conhecedor de ambos, mas o cão parece que não espera "algo em troca" se este lhe faz mal, como um biscoitinho estragado, por exemplo. Já do homem, não se pode garantir nada.

Este mesmo poder que o faz prevalecer sobre a Terra (será?) também o corrompe e o torna o mais idiotas dos seres, por vezes. Estou falando da inteligência. Esta questão é muito bem resumida por um cara muito "ninja", cujas frases são tão sábias quanto as teorias, Albert Einstein:

"Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes."

Se você sempre enche a cara, é óbvio que você sempre vai ter ressaca, se você sempre usa drogas pesadas é claro que elas vão fritar seus neurônios naquela chapa quente, se você faz fofoca sobre todo mundo é claro que as pessoas vão se afastar de você.

E se você come muito, sempre? Não precisa ser nenhum Einstein para saber a que isso leva, certo?
Comemos porque estamos tristes, porque estamos de bobeira no sofá, estamos ansiosos, nervosos, etc. Será que não deveríamos comer para nos nutrir, e só?

Quando eu era gordo lembro-me de ter em mente a desculpa perfeita. Comer compulsivamente não é como os outros vícios, pois, não é algo que você pode largar, já que o objeto do teu vício, a comida, será sempre necessário na tua vida. Por isso é o vício mais difícil de largar...

Erro crasso da minha parte. Pense comigo. Você precisa comer uma caixa inteira de bombons? Precisa ingerir 2L de refrigerante por dia? Precisa comer um cheese-colesterol-completo? Ou até dois deles?

O vício não está naquilo que você faz ou consome e sim na dependência que você tem por esta coisa. Uma cerveja de vez em quando dá ressaca? Um bombom engorda? Um comentariozinho maldoso e merecido sobre alguém que fez alguma m... é tão ruim assim?

Felicidade e satisfação são conceitos muito abstratos, mas, se você os está procurando em algo que até te satisfaz por um tempo, mas que logo te tira esta felicidade de forma bem pior e faz com que você continue procurando, e você procura sempre na mesma fonte, desculpe, mas você virou um insano segundo Einstein.

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