quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Que o Olho Não Vê, o Estômago Não Enche

Continuando o assunto anterior, mencionei que comemos e bebemos com os olhos. Acredito que isto seja certo, pois, eu mesmo já me flagrei colocando coisas no prato (não nos olhos), principalmente em restaurantes self-service, apenas pela beleza e bom aspecto da comida.

Logicamente que os vegetais aqui saem em desvantagem. Dificilmente você olha aquele recipiente cheio de rúcula e diz:

“Nossa, que rúcula linda, vou me esbaldar de comê-la hoje!”

É bem mais provável que você haja assim diante de uma bela lasanha, uma carne suculenta ou aquela feijoada completa. Estendendo um pouco a compreensão da coisa, não só a visão tem este papel, mas o aroma também. Por isso, começamos a nos alimentar muito antes de dar a primeira garfada, portanto, a dieta já começa no momento que você pega o prato para se servir.

Estes dias estava almoçando com um colega de trabalho, ele confessou estar com dificuldades para não pegar o doce de sobremesa. No refeitório da empresa em que trabalhamos há sempre uma opção de doce e umas duas ou três de frutas.

Ele já estava conseguindo escolher a fruta há algum tempo, mas a tentação estava grande. Meu conselho foi o mais simples possível, de que ele não olhasse o doce, ignorasse-o como se ele não existisse.

Ele deu aquela risadinha, provavelmente me achando um louco. Eu realmente sou meio louco, mas um louco do bem.

Este conselho parece algo idiota, mas funcionou muito bem comigo. Quando estava de dieta eu sempre ficava tentado a pegar o doce, mas escolhia a fruta, pois, fazia dela meu lanche da tarde. Com o passar das semanas passei a ignorar a presença do doce que felizmente se encontra sempre no mesmo lugar, o que ajuda no condicionamento do cérebro.

A melhor forma de ignorar algo como um doce é obviamente eliminar a oportunidade de se obter um. Só que na fila da comida você necessariamente passa por ele, basta então ser resiliente e olhar para outro lado.

Afinal, vai dizer que você não faz isso quando passa aquele filme de terror que sai tanto sangue que até espirra no teu rosto? Ou que você não muda de canal quando seu time perdeu, ou pior, quando o time rival ganhou?

Fazer isso com a comida passa a ser automático depois de alguns dias. Obviamente que o mesmo vale para as gôndolas de supermercado e para qualquer situação em que o diabo das calorias venha te seduzir.

Citando um exemplo extremo, lembrei-me do filme “Uma Mente Brilhante”. O personagem principal lida com sintomas de paranoia e esquizofrenia, como ver pessoas que não existem, também desta forma, ignorando-as. Assim, seus “demônios” continuam lá, só que ele doutrinou sua mente a não mais dar atenção a eles e passou a viver normalmente depois de desenvolver esta técnica.

Claro que o gordinho não tem a alucinação de ver aquele bolo caseiro quentinho correndo atrás dele para esfaqueá-lo, mas com certeza o gordinho sente vontade de esfaquear o bolo quentinho se o vir, cheirar ou mesmo pensar nele.

Agora se o seu problema é maior no supermercado, é mais fácil ainda aplicar esta técnica. As prateleiras com as coisas “perigosas” também têm seus lugares fixos, basta não passar por eles, certo? Outra técnica conhecida para ir ao mercado quando se está de dieta é encher a barriga antes, isto evita que se compre aquilo que não é necessário.

A mesma mente brilhante que te faz secar ao cabo de poucos meses, sem remédios, shakes, cirurgias, milagres, gnomos, duendes ou fadas é a mesma que sempre vai te sacanear para te entupir de porcarias. Para evitar que ela te use para o “mal”, que tal afastar o “mal” dela?

Nenhum comentário:

Postar um comentário