segunda-feira, 5 de março de 2012

Síndrome de Pinscher

Este final de semana cheguei à conclusão que a obesidade e a necessidade de emagrecer não são questões fixas, preto-no-branco, e sim, como quase tudo na vida, são questões referenciais.

Antes de falar sobre isso, vou narrar o que vinha acontecendo ao longo dos dias e que culminou neste meu insight.

Temos um pequeno bebê em casa, que já deve estar chegando aos seus 40kg. Em homenagem à grande Tarsila do Amaral (pintora que a Mi, minha esposa, e eu admiramos), demos o nome de Tarsila à nossa pequena bezerra da raça labrador. Tão pequena que quando ela e o Victor, meu filho de 7 anos, estão rolando no chão, não se sabe quem é quem, quase como naquelas nuvens que envolvem os personagens que brigam nos desenhos animados.

No começo, como qualquer outro filhote, era óbvio que ela iria destruir tudo. Assim, ela destruiu as petúnias que plantamos, masigou dois pinheiros, dois sinos, derrubou diversos vasos e assim por diante. Arrumamos tudo novamente e passamos a prendê-la, como se faz com os criminosos (ou pelo menos como se deveria fazer).

Algumas semanas depois, a pequena mamute se encontra mais calma, no entanto, ela não deixou de fazer m...

Estamos ultimamente restituindo a liberdade dela. Assim, ela está de "condicional" perambulando pelo quintal e sala em horários vigiados. Não estou reclamando dela, pois, ela está obedecendo. Se ela vai mexer onde não deve e pedimos que ela pare, ela obedece, só que ao sentar-se ou sair do local, ela acaba levando tudo ao redor dela.

Se acendemos uma vela sobre a mesa, ela com seu quase 1,5m de alura em pé sobe na mesa, derruba a vela e a mesa. Se cortamos algum alimento que ela vê e deixamos sobre a pia, ela faz a mesma zona da pia tentando roubá-lo. Se as fruteiras estão cheias, é óbvio que um simples cutucão dela vai levar tudo ao chão e aí ela se esconde num canto para roer uma batatona crua.

Concluí então que ela está com uma doença que eu apelidei de Síndrome de Pincher. Sim, pincher, aquela raça de cães que parece uma ratazana. Ela é um monstrengo, mas pensa que é um cãozinho de apartamento. Inclusive ela corre de outros cães na rua, os quais ela poderia espantar só com o bafo de onça dela.

É aí justamente que entra o paralelo que eu tracei com a questão da obesidade. Você é aquilo que você pensa que é ou aquilo que os outros te dizem que você é? Sou da opinião que você é quem decide aquilo que você é.

Se você se vê gorda, emagreça. Se não se vê, fique como está. Obviamente que somos influenciados por diversas opiniões de diferentes fontes, mas em suma, quem decide ou não sobre o seu destino é ninguém mais ninguém menos que você.

Tentar emagrecer porque os outros te dizem ou te mandam, simplesmente não funciona. A coisa só pode ser definitiva se você tiver plena convicção que é aquilo que você precisa. E por paradoxal que isso possa parecer, esta consciência vem também das percepções dos outros.

Estar atento ao que se passa à sua volta bem como voltar-se para si criticamente podem te levar de labrador a pincher e vice-versa.

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